Odeio gosto de cebola. Odeio cheiro de cebola. Odeio o barulho que a cebola faz quando é mastigada. Ou seja, definitivamente, odeio cebola com todas as forças gastronômicas do mundo.
Contudo, foi assistindo ao filme Shrek (filme norte-americano de 2001, do
gênero animação computadorizada) que aprendi a apreciar (de longe!) essa tal planta hortense.
Simples. No filme citado há um breve diálogo entre o protagonista e seu mais novo amigo burro. Nessa conversa, Shrek compara os ogros às cebolas e, sem maiores explicações, nos deixa a pensar e pensar e pensar. Cebolas, Shrek?!? Sim, cebolas. Cebolas e suas múltiplas camadas. E, em cada camada, um sentimento, uma virtude, uma verdade escondida. Por fora, o cheiro, o aspecto e a fama de fazer chorar. Por dentro, a beleza oculta à olhos nus. Talvez para proteger-se, talvez para proteger.
O fato é que, mesmo depois de tudo isso, continuo a odiar o gosto das cebolas mas, confesso, meus olhos já não as veem da mesma forma. Coisas de uma princesa que tem suas muitas camadas escondidas.
Princesogramente,
Keila Freitas
"Shrek: Pra sua informação, há mais do que se
imagina nos ogros.
Burro: Exemplo?
Shrek: Exemplo? Ok… Ah… Nós somos como cebolas.
Burro: Fedem?
Shrek: Sim. Não!
Burro: Oh. Fazem você chorar?
Shrek: Não.
Burro: Oh, deixa eles no sol e eles ficam marrons e soltam
aqueles cabelinhos…
Shrek: Não! Camadas! As cebolas têm camadas, os ogros têm
camadas. A cebola tem camadas, entendeu? Nós dois temos camadas.
Burro: Oh, vocês dois têm camadas. Oh, sabe, nem todo mundo
gosta de cebolas... Bolo! Todo mundo adora bolo! E tem camadas...
Shrek: Eu não ligo para o que todo mundo gosta! Ogros não são como
bolos!
Burro: Sabe do que todo mundo gosta? Pavê! Já conheceu alguém
que você falasse 'Ei, vamos comer pavê?' e ele dissesse 'Céus, não
gosto de pavê'? Pavê é delicioso!
Shrek: Não! Sua besta ambulante de irritação constante! Os ogros
são como cebola! Fim da história, bye-bye, tchauzinho."