Inspiração. Definição exata de Clarice Lispector para essa ínfima reles aprendiz de escritora.
Nascida na Ucrânia em 1920. Naturalizada brasileira em 1943. Escreveu para o mundo, digo, encantou o mundo, até a sua morte em 1977.
Haia era seu nome de batismo. Vida era seu significado. Mas foi como Clarice - nome que recebeu aqui no Brasil - que se fez referência no tempo e espaço literário.
A bacharel em Direito que nunca advogou foi jornalista com maestria. Colunista com intenso ardor de alma.
Se foi, mas deixou toda uma obra a ser apreciada, amada, odiada e devorada.
Não se espante em ver algumas muitas frases, textos, pensamentos dessa musa inspiradora das linhas e entrelinhas no Princesa Ogra. Espero apenas que você aprecie tanto quanto eu. E, sendo assim, boa leitura e fique com Haia Clarice Lispector:
“Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me
chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de
modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser
intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a
intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou
tão má leitora que agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo
cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade.
[...] Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever
livros ‘uma profissão’, nem uma ‘carreira’. Escrevi-os só quando
espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis. Sou uma
amadora?
O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes
percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo
ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração
bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma
coisa sobre a vida humana ou animal.”