sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Grito



"Porque há o direito ao grito. Então eu grito." (Clarice Lispector)


 E quem sabe assim eu ecoe. E quem sabe assim eu ruborize meu rosto dando cor a minha pálida pele - minha pálida vida. Talvez, daqui do meu deserto, eu possa ser lembrada e, se não por imagem, quem sabe por som. Um trovão rasgando o céu no meio do nada. Tudo menos continuar na apatia deste silêncio de alma. E, assim, eu grito, grito. E que eu perca as forças gritando. E que eu desfaleça gritando. E quem sabe assim, finalmente, eu consiga ouvir minha própria voz.
 Keila Freitas